quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um peixe dentro d'água



Dizem que os piscianos precisam morar perto da água. E é verdade. No meu caso particular, andei analisando os lugares em que vivi e não deu outra: sempre me banhei de paisagem – e aquática!
Nasci numa cidade banhada por um rio. Vivi os primeiros anos numa localidade bipartida, ou seja, com um rio no meio. Lá morei até os 19 anos, e costumeiramente fazia poemas em honra ao lugar, olhando ... uma ilha próxima, um rio passante, do outro lado a capela... Depois, me estabeleci em nova cidade dividida por um rio: duas margens, duas bandas; apesar de una, performaticamente (naquele tempo) quase duas cidades. Na medida dupla de peixes, signo zodiacal que vem em duo, molhado pela água e transpirando sensibilidade pelas guelras!... Exceções há, porém poucas.

Anos e anos depois, vim morar perto de uma grande banheira, onde me senti acolhida, ante a visão de uma baía à minha frente. Da janela, contemplava belos veleiros que, a certa distância, pareciam barquinhos com uma vela branca no mar... Também observava os coqueiros e as gentes na praia. Mar, chuveirão na areia, água de coco, sorvete e picolé no grito aquoso do ambulante!... Sete anos após, segui adiante e vim parar precisamente em frente ao mar! Diante de minha janela, saudei o casamento do oceano com o horizonte, ambos vestidos de intenso azul!...
E aqui estou a molhar a sua leitura com as imagens líquidas de minhas palavras! Água nos meus sentidos e no meu relato... O pisciano é assim: necessita de um aquário para viver! Até o seu olhar, por vezes lânguido, noutras brilhante, apresenta uma superfície fragilmente aquosa... Tudo em Peixes é água: até os seus sentimentos! Estes, ainda mais: ondulantes, delineiam-se liquidamente e adquirem a forma de seu recipiente. Peixes denotam muitas águas: águas de março e fevereiro desembocando nos sete mares da emoção universal... Ah, evasões líquidas à parte, somos mesmo um mar de histórias!...
Com todo esse fluxo de emoções e pensamentos, porém – próximos à superfície da água – precisamos mesmo de tal contexto para darmos vazão à nossa profundidade existencial. E sermos realmente felizes perto daquilo de que gostamos e que nos dá vida. É verdade!... Faça uma busca mental de seus amigos piscianos, e contabilize quantos deles moraram ou moram perto d’água... Só não o fazem aqueles que efetivamente não o conseguem! Não que isso seja algo planejado pelos nativos de Peixes, mas simplesmente porque seus caminhos corredios o levam a tais destinos, na maior parte das vezes... Em alguns casos, ainda que inconscientemente, escolhem profissões relacionadas ao mar, a algum reservatório ou similares (oficial da Marinha, oceanógrafo, arqueólogo submarino, salva-vidas etc.)... Por isso, se pisciano, é melhor que você procure um lugar perto d’água para viver (mas de verdade mesmo!) e, talvez, um ofício também ligado à água... E, quem sabe, a sua vida não passará a fluir corrediamente e com liquidez?! (risos)...

Enfim, é a água a fonte - o refúgio natural de um ser de Peixes, que literalmente transpira água por todos os poros!

Por Sayonara Salvioli

domingo, 12 de julho de 2009

Julho: o arauto da mudança


Segundo a Angelologia, quem nasce sob a influência do anjo Manakel possui inspiração para as artes, com destaque para a poesia. Algumas especificações de perfil/designações deste anjo sobre o protegido referem-se a seu dia de sorte (no meu caso, 7), ao horário em que se encontra Manakel na Terra (entre 21h40min e 22 horas) e ao mês de mudança (julho). Concordo com tudo isso, exatamente por sempre haver feito poesia (lembro-me de versos de quando tinha sete anos de idade), por ficar sempre feliz e esfuziante à noite (especialmente no horário de passagem destacado) e, finalmente, porque mudanças – na exata acepção do termo – têm ocorrido, sistematicamente, em minha vida no anunciador e preciso mês de julho.
Também concordo – é claro! – quando leio que pessoas nascidas sob tal influência contam com uma proteção especial de Deus, afinal, como o leitor sabe, já sonhei que – em determinado momento – uma corte de 640 anjos me circundava!... Não preciso, pois, dizer mais nada (risos angélicos)...
E especificamente sobre o mês da mudança, segundo a regência do anjo da data do meu nascimento, aqui estou para comprovar a veracidade de tal revelação, já que – invariavelmente – as mudanças mais substanciais ocorrem para mim a partir do mês de julho. Inclusive as mudanças de casa, de endereço, de contexto. Às vezes até parece que meu ano começa em julho, dada a reincidência de fatos que me mobilizam a partir do sétimo mês do calendário anual!
E, se é para mudar, que a metamorfose se opere do melhor modo: novidades visuais e de entorno são bem-vindas, na medida em que até as coisas físicas precisam mudar para acompanhar o compasso da alma. Sim, sou movida pela completa animação dos sentidos (anima = alma). Acho que imprimo minha alma em tudo que sou e faço. E penso que os lugares que habito e as coisas à minha volta também necessitam de alma para se adequarem à minha vivência interior. Em outras palavras, tudo precisa de anima (animação) para dar tom e vida ao mundo. Contrariamente, o estático petrificaria a matéria. Divagações metafísicas à parte, quero mesmo dizer que, na cadência da mudança, busco o sentido das coisas, pois acredito nas destinações que, magicamente, nos são apresentadas, por vezes mudando parte do curso de nossa história.
Em penúltima análise (nenhuma será a última), acho que a face anima da vida pode estar, dentre outras coisas, nesse caráter transitório que modifica ou substitui nosso habitat costumeiro, deslocando-nos para outra paragem, seja esta uma serra, um vale, um planalto ou um balneário...Outro logradouro, outra cidade, outro país!... Em qualquer estância, afinal, que a influência maravilhosa de Manakel possa abençoar meus atos e intensificar o melhor tom de minhas mudanças pessoais!... Afinal, mudar sempre: eis a medida! Porque o universo se transforma todos os dias... 

Por Sayonara Salvioli